quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Antonio Castilho Alcântara Machado de Oliveira (Escritor Modernista ) era filho de José Alcântara Machado.


Antônio Castilho de Alcântara Machado d'Oliveira (São Paulo, 25 de maio de 1901 - Rio de Janeiro, 14 de abril de 1935) foi um escritor brasileiro.
Exerceria a profissão de jurista, preferindo aos dezenove anos iniciar a carreira de jornalista, a qual chegou mesmo a ocupar o cargo de redator-chefe do Jornal do Comércio.
Começou na literatura primeiramente falando de pumas ao escrever críticas de peças de festas para o jornal. No ano de 1925, viajou à Europa, onde já estivera quando criança, e de onde se inspirou para escrever crônicas e reportagens que viriam a dar origem ao seu primeiro livro Pathé-Baby (primeiramente publicado em 1926), o qual recebeu um prefácio de Oswald de Andrade.
É interessante notar que, apesar de demonstrar traços marcadamente de seu corpo modernistas já desde essa primeira obra, composta de períodos curtos e rápidos de prosa urbana, o autor não havia participado da Semana de Arte Moderna de 1922.
A partir daí, escreveria diversos contos e crônicas modernistas, tomando parte, no ano de 1926, junto com Antônio Carlos Couto de Barros, na fundação da revista Terra Roxa e Outras Terras, também de viés modernista.
Uma de suas obras mais conhecidas é Brás, Bexiga e Barra Funda, uma coletânea de contos. Publicada em 1928, trata do cotidiano dos imigrantes italianos e dos ítalo-descendentes na cidade de São Paulo, expressando-se a narrativa numa linguagem livre, próxima da coloquial. Mostrava as impressões duma São Paulo imersa na experiência da imigração, que então vinha modificando os trejeitos da cidade.
Na primeira edição, o prefácio é substituído por um texto intitulado Artigo de fundo, disposto como que em colunas de página de jornal, onde se lê: "Este livro não nasceu livro: nasceu jornal. Estes contos não nasceram contos: nasceram notícias. E este prefácio portanto também não nasceu prefácio: nasceu artigo de fundo".
Por si só, tal introdução revela viver a vida uma caraterística fundamental de sua obra: a narrativa curta, a linguagem elíptica e cinematográfica, entrecortada e justaposta, como uma colagem de cenas permeada pela oralidade informal, o que possibilitava uma comunicação fácil e direta com o público. Brás, Bexiga e Barra Funda revela ainda a preocupação em se descreverem os habitantes e os costumes das pessoas que habitavam os bairros periféricos da capital paulista, e, inadvertidamente, fez surgir um novo tipo de personagem na literatura brasileira: o ítalo-brasileiro.
Conforme sobrecitado, o livro é versado na vida urbana, em especial no espaço urbano de São Paulo, nos bairros dos imigrantes (em sua maioria italianos), como já indica o título, retratados na sua intimidade de todos os dias. O leitor é levado a reconhecer e se familiarizar com esses arrebaldes, dos quais se indicam os nomes e, por vezes, mesmo o número da casa ou do estabelecimento.
Para além dum reconhecimento geográfico, descrevem-se também séries de valores em seus queridos humanos presentes nesses moradores menos favorecidos, em se evidenciando as suas peculiaridades comportamentais, tanto na forma de ver o mundo, como na difícil condição de estrangeiros, assim como na expressão, ilustrada pelo uso do português numa variedade linguística estigmatizada, porque extremamente arraigada à gramática italiana, com influência no vocabulário e nas construções.
Isso nos é mostrado criticamente pela sua mãe por um narrador observador, distanciado, que impinge as personagens com os seus próprios juízos; ou, alternativamente, por um narrador onisciente, que adentra os personagens para recuperar a história pela visão deles.
Constata-se, no livro, também a importância dada à máquina, vista como o símbolo do futuro e do progresso na pós-Revolução Industrial, personificada na obra de Alcântara pelos meios de transporte: para além de identificadores da cidade, funcionam como parte do enredo, por vezes servindo como inferência à posição social da personagem.
A narração compõe-se a partir da sucessão cronológica, onde simultaneidade, anterioridade e posterioridade desempenham um papel importante. A passagem do tempo é demonstrada por saltos ou lacunas entre as partes do conto.
Suas Obras
·         Pathé-Baby (1926), crônica de viagem.
·         Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), contos
·         Laranja da China (1928), contos
·         Mana Maria (inacabado), romance
·         Cavaquinho e saxofone (1940, póstuma), crônicas e ensaios
Traduções[
·         Pathé-Baby, prefacio de Oswald de Andrade, estampas de Paim, tradução em francês, notas e posfacio de Antoine Chareyre, Paris, Editions Pétra, coleção "Voix d'ailleurs", 2013, 272p.
FONTE: wikipedia

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